Obesidade e infertilidade, qual a relação?

obesidade e infertilidade

Mas afinal, de que maneira a obesidade e infertilidade estão associadas? Já existem hoje estudos científicos que ligam o excesso de peso a diversos fatores. Dentre eles temos a hipertensão arterial (pressão alta), diabetes, doenças do coração, disfunção sexual, problemas respiratórios, alterações articulares, entre outros.

Grande parte dessas alterações podem ocorrer durante a idade reprodutiva, e por isso, engravidar nesse cenário pode trazer alguns riscos para a mãe e também para o bebê. Em outros casos, a obesidade pode dificultar, tornando essa jornada para engravidar mais longa.

No caso de obesidade e infertilidade, um tratamento pode ser necessário, com estratégias adequadas e indicadas por um nutricionista, para a redução de peso e melhora da qualidade do óvulo. Confira abaixo as informações que separamos para você entender melhor sobre esse assunto.

As consequências da obesidade e infertilidade

Para muitas mulheres que sofrem com o excesso de peso, uma grande dificuldade quando planejam a sua gravidez diz respeito à ovulação. Embora a infertilidade em mulheres obesas possa ocorrer em mulheres ovulatórias.

Na maioria dos casos, essas mulheres ficam longos períodos sem menstruar ou possuem alguma irregularidade menstrual, que pode ocasionar inclusive em outros sinais como:

  • excesso de pelos no corpo
  • alterações no metabolismo com tendência a diabetes
  • acne
  • queda de cabelo
  • ovário policístico

Contudo, é importante ressaltar que muitas mulheres com obesidade irão engravidar sem apresentar problemas, podendo ocorrer a gestação, inclusive, nos primeiros meses de tentativa. 

O principal tratamento que mulheres obesas precisam para engravidar diz respeito a modificação no estilo de vida. Pois através de hábitos mais saudáveis na alimentação, aliados ao exercício físico, a redução do peso corporal vai acontecer.

O acompanhamento com o nutricionista é fundamental, pois perder peso pode não ser uma tarefa fácil. Isso porque muitas pessoas simplesmente não conseguem emagrecer. É preciso entender se há predisposição genética para o aumento do tecido adiposo, que pode ocorrer mesmo quando a quantidade de calorias ingeridas está adequada.

Obesidade e infertilidade: quais os diferentes graus de obesidade?

Segundo o IBGE, o excesso de peso atinge 60,3% da população de 18 anos ou mais de idade, o que corresponde a 96 milhões de pessoas, sendo 62,6% das mulheres e 57,5% dos homens.

A proporção de obesos na população a partir dos 20 anos de idade, mais que dobrou no país entre 2003 e 2019, passando de 12,2% para 26,8%. Nesse período, a obesidade feminina subiu de 14,5% para 30,2% , enquanto a obesidade masculina passou de 9,6% para 22,8%.

Como podemos observar através dos dados, a obesidade tornou-se uma verdadeira epidemia, que precisa ser levada a sério. 

Ela pode ser consequência de fatores como dietas inadequadas com a presença de muitos alimentos industrializados, falta de informação, escassez de atividade física, entre outros. Em pessoas com predisposição genética, isso pode facilitar o ganho de peso.

Para calcular o grau de obesidade, uma fórmula simples é o Índice de Massa Corporal (IMC), parâmetro adotado pela Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica. 

Apesar do IMC ser um parâmetro simplificado, ele pode ajudar a estabelecer o grau de obesidade. Confira:

  • ≤ 18,4 kg/m² — abaixo do peso;
  • 18,5 – 24,9 kg/m² — normal;
  • 25,0 e 29,9 kg/m²— sobrepeso;
  • 30,0 e 34,9 kg/m² — obesidade grau I;
  • 35,0 e 39,9 kg/m² — obesidade grau II;
  • ≥40,0 kg/m² — obesidade grau III.

Como a obesidade influencia a infertilidade?

A gordura possui enzimas que participam da síntese hormonal do nosso corpo. De maneira geral, quando estamos dentro do peso, os estrogênios, androgênios e outros hormônios relacionados ao metabolismo e fertilidade se mantêm equilibrados.

Contudo, quando há sobrepeso e obesidade, a enzima aromatase do tecido adiposo pode converter mais androgênio em estrogênio, provocando um desequilíbrio hormonal. Ainda, em uma grande parte da população com sobrepeso ou obesidade, haverá um aumento da produção de insulina, que está associado a um aumento da produção de androgênios. 

Essa oscilação é muito comum em mulheres obesas com Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP), mas também pode ocorrer independentemente da presença da SOP.

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