Como é o tratamento de infertilidade após os 35 anos
Atualmente, a busca pela realização e estabilidade profissional vem antecedendo o despertar do desejo da maternidade, muitas mulheres acabam começando a se preocupar com esse assunto cada vez mais tarde, o que, futuramente, vai levar à procura pelo tratamento de infertilidade.
Elas passam boa parte da vida pensando em métodos para evitar uma gestação e não buscam se informar do contrário.
Porém, é importante que essas mulheres tenham conhecimento sobre o ciclo feminino e que a fertilidade pode diminuir após os 35 anos. Sendo assim, qualquer tratamento de infertilidade nessa fase deve ser objetivo e rápido.
É reconhecido que a idade é um fator importante quando se trata de fertilidade, principalmente a feminina. De acordo com a American Society for Reproductive Medicine, em torno dos 35 anos, as chances de engravidar diminuem em 15% em relação aos anos anteriores e, aos 45 anos, as chances de gravidez natural são de apenas 4%.
Com as mudanças de prioridades e da dinâmica da rotina feminina, a decisão de formar família está acontecendo cada vez mais tarde, o que pode gerar dificuldade para o casal conseguir gestar. Quer entender como é o tratamento de infertilidade nessa fase? Então continue a leitura!
O que é infertilidade e quais suas causas?
Infertilidade consiste na dificuldade do casal conseguir engravidar de forma natural em um período de, pelo menos, 1 ano de tentativas. Sua causa está associada a diversos fatores, como doenças hormonais, anatômicas (alterações no útero, ovários e fator tubário), autoimunes, genéticas,infecciosas, além de deficiências nutricionais, contaminantes ambientais e estilo de vida.
A infertilidade pode ser um sinal de alerta, pois pode estar associada com várias doenças.. Pacientes que apresentam irregularidade menstrual, por exemplo,, que menstruam com espaço superior a 35/40 dias, podem ser diagnosticadas com alterações na tireoide ou ovários policísticos.
Cólicas menstruais intensas podem estar relacionadas com endometriose, doença que causa infertilidade. Ciclos com muito fluxo também devem ser analisados, já que entre outros fatores, eles podem ser sinal de mioma, tumor benigno que, dependendo da localização, pode levar à dificuldade de gestar.
Um sinal de envelhecimento ovariano é a oscilação do ciclo menstrual, que passa a ficar mais longo ou mais curto que o habitual.
Mulheres jovens, com os mesmos sintomas, principalmente se tiverem antecedente familiar de menopausa precoce, devem procurar auxílio médico o mais breve possível, caso queiram ter filhos.
Causas mais comuns
Dos casos de infertilidade, 40% são masculinos, 40% são femininos, 10% ambos e os outros 10% restantes são considerados casos de infertilidade sem causa aparente, quando os exames parecem não apresentar nenhuma alteração.
Nos casos femininos, em 25% a infertilidade ocorre por anovulação e os principais fatores dessa condição são ovários policísticos, alterações de tireoide, alterações da prolactina, uso de medicamentos e até falência ovariana precoce.
Em 15% dos casos a causa é a endometriose, 11% a é por causa tubária e a maior origem de complicações tubárias são Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST’s), como clamídia, gonococo, ureaplasma e micoplasma.
11% também são fatores uterinos, quando o útero apresenta complicações. O mais comum é o pólipo, estrutura que está dentro do endométrio.
E a outra causa é a idade, geralmente quando a mulher ultrapassa 35 anos, é comum diminuir a fertilidade, pois além do declínio na quantidade dos folículos observamos também uma piora em sua qualidade, o que acaba comprometendo a fertilidade feminina, principalmente a partir dessa faixa etária.
Por que a fertilidade diminui após os 35 anos?
Assim como acontece com todas as células do nosso corpo, à medida que vamos envelhecendo, nossos óvulos também envelhecem. Com isso, os óvulos vão diminuindo a qualidade e a capacidade de conceber. Além disso, como a ovulação é essencial para uma gravidez bem sucedida, a diminuição na quantidade de óvulos é uma das principais dificuldades da gravidez após os 35 anos.
Toda mulher tem em seus ovários um número predeterminado de óvulos ao longo da vida. Ao chegar à idade fértil, possui apenas 300 mil óvulos capazes de serem fecundados. A cada ciclo menstrual, para um óvulo que atinge a maturidade, cerca de 1.000 são perdidos.
Após os 35 anos, o número de óvulos capazes de serem fertilizados já diminuiu bastante. Os que restam são chamados de Reserva Ovariana, o que corresponde ao chamado “ESTOQUE” de óvulos disponíveis, e deve ser avaliada pelo médico em caso de infertilidade.
Portanto, por si só, a idade já é um fator que demanda atenção em casais que pensam em ter filhos mais tardiamente. Porém, mesmo sabendo que a idade é uma condição que pode prejudicar a fertilidade, hoje em dia a ciência vem demonstrando sua forte relação com outras questões, como contaminantes ambientais, dieta e comportamento.
A combinação desses fatores traz alterações nos gametas feminino e masculino, alterando potencial de maturação do oócito, atividade mitocondrial, modificando a epigenética, aumentando estresse oxidativo, portanto, desfavorecendo a gestação e o desenvolvimento embrionário.
Quais são as possibilidades para engravidar após os 35 anos?
Para ter essa resposta, é necessário realizar a avaliação da Reserva Ovariana. Essa avaliação é feita através da dosagem dos hormônios FSH, LH, estradiol e do Hormônio Anti-Mulleriano (HAM) associados à contagem dos folículos antrais e histórico da paciente. Caso seja constatada infertilidade, o tratamento multidisciplinar deve ser o mais breve possível e a análise da indicação de reprodução assistida deve ser orientada pelo médico.
Para determinar o tratamento de infertilidade em casos de necessidade, os médicos realizarão as avaliações clínicas com o casal, tanto no homem como na mulher. Se for decidido pela FIV é recomendado, antes do tratamento, uma avaliação psicológica, com o objetivo de conscientizar os pacientes sobre todas as etapas e efeitos de uma reprodução assistida.
As mulheres que querem engravidar após os 35 anos, devem ficar cientes de que os riscos de malformações congênitas em bebês são maiores. Os riscos na gravidez também são impactados pela idade da mãe, o que pode gerar maiores índices de complicações gestacionais. Além disso, as taxas de doenças genéticas são mais altas entre gestante nessa faixa etária.
Se a mulher conseguiu engravidar após os 35 anos, é essencial que ela tome mais cuidado durante sua gestação. É recomendado que a gravidez seja planejada com antecedência e que, ao menos 3 meses antes de engravidar, comece a ter cuidados básicos pré-natais, incluindo terapia nutricional.
Como é o tratamento de infertilidade nessa fase?
Alguns exames básicos são essenciais para o tratamento de infertilidade: avaliação da integridade anatômica dos órgãos reprodutores, dosagens hormonais, pesquisa de trombofilias, endometriose, adenomiose, endometrites, além de fatores genéticos/cromossômicos e imunológicos (não esquecer os fatores masculinos). Além disso, é avaliada a Reserva Ovariana, que fornece um prognóstico das chances de sucesso de gravidez.
O tratamento de infertilidade deve ser planejado após a análise dos resultados de todos os exames laboratoriais, da ansiedade do casal, da idade da paciente e o esclarecimento sobre as possibilidades de gravidez.
A estratégia deve ser capaz de proporcionar um alto índice de sucesso em um curto prazo, evitando ao máximo um declínio do funcionamento ovariano.
Mesmo com os exames demonstrando uma boa Reserva Ovariana, é necessário atentar-se para não fugir da objetividade proposta no início da avaliação. A fertilização deverá ser assistida usando técnicas de menor ou maior grau de complexidade.
Indução da Ovulação – Coito programado (baixa complexidade)
Com todos os exames laboratoriais normais, é possível induzir a ovulação por meio de medicamentos, para recrutar um maior número de óvulos. O crescimento deles é acompanhado por ultrassonografia até alcançarem o tamanho ideal. Atingindo o ponto esperado, a ovulação é desencadeada por um medicamento adequado para isso, sendo recomendadas relações sexuais em dias alternados.
Inseminação artificial (média complexidade)
Assim como no coito programado, os ovários são estimulados por meio de hormônios para recrutar um maior número de óvulos. Esses óvulos também têm seu crescimento acompanhado pela ultrassonografia. A diferença é que, ao invés das relações sexuais, os espermatozoides são inseridos dentro do útero. No dia indicado, o sêmen é colhido e preparado para que os espermatozoides tenham maior capacidade de fertilização (capacitação).
FIV – ICSI – Fertilização In Vitro – (maior complexidade)
Essa é a mais eficaz de todas as técnicas no tratamento de infertilidade. Na 1ª fase, os ovários são estimulados com a intenção de conquistar crescimento de um maior número de óvulos e aumentar as chances de bons resultados.
Após essa fase, são aspirados por ultrassonografia e, em laboratórios colocados “In vitro”, em contato com os espermatozoides do marido, para que sejam fertilizados. Em caso de dificuldades, pode ser utilizada a técnica ICSI, onde um espermatozóide é injetado dentro do óvulo por uma micropipeta.
Depois da fertilização, eles formam os embriões, que são transferidos. Decisões como a Biópsia embrionária são analisadas e decididas individualmente.
Congelamento dos óvulos
Outra opção para as mulheres que desejam ter filhos mais tarde é o congelamento dos óvulos quando ainda é jovem. Os óvulos ficam congelados sem prazo de validade e podem ser utilizados mais tarde, via Fertilização In Vitro, no momento que a mulher decidir que está pronta para engravidar.
Mesmo com todos esses tipos de tratamento de infertilidade, é importante destacar que eles não garantem que a gestação de fato irá acontecer, mas, se for realizado de forma adequada, as chances da gravidez são grandes.
Escolher o momento certo para a gestação é um direito da mãe e ela pode contar com a ajuda médica para fazer o tratamento de infertilidade da melhor maneira possível.
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