Mioma uterino: há relação com a infertilidade?
A infertilidade é uma preocupação para muitas mulheres que desejam engravidar. Por isso, doenças relacionadas ao sistema reprodutivo, como o mioma uterino, acendem um sinal de alerta.
Mas será que os miomas realmente interferem na possibilidade de engravidar? Qual é a relação dessa doença com a infertilidade?
Este texto, que o Nutrição e Fertilidade traz, explica o que são os miomas uterinos e como a doença está ligada à gestação. Continue lendo para saber mais.
O que é mioma uterino?
Vamos começar entendendo o que são os miomas uterinos. Eles são formados por tecido muscular, que crescem nas paredes do útero, formando tumores benignos.
Geralmente, são encontrados em mulheres em idade reprodutiva, principalmente entre os 30 e os 50 anos. Estima-se que de 25% a 35% das mulheres em idade fértil poderão ter miomas no útero.
As características dos miomas podem variar bastante — e você verá, a seguir, que existem três tipos principais. Com relação ao tamanho, podem ser bem pequenos, mas também atingirem volumes maiores, causando grande incômodo. Já acerca da quantidade, há casos de presença de um único mioma e também de múltiplas massas de tecidos.
Não existem estudos conclusivos sobre as causas da formação do mioma uterino. Porém, sabe-se que a origem dessas neoplasias benignas é multifatorial, com relações genéticas, processos inflamatórios, hormonais, e outros fatores associados que desempenham um papel importante no seu desenvolvimento. Além disso, níveis reduzidos de vitaminas específicas e o metabolismo de outros co-fatores propiciam crescimento e formação de tumores. Devido à sua associação com fatores hormonais, depois da menopausa eles tendem a diminuir de tamanho.
Tipos de mioma uterino
Existem três tipos de mioma uterino, conforme a localização e os sintomas.
1 – Mioma subseroso
Esse tipo fica localizado na parte externa do útero. Por isso, na maior parte das vezes não causa sintomas perceptíveis. Ainda assim, em algumas situações pode levar à pressão de órgãos, causando desconforto para a mulher. O médico poderá indicar o melhor tratamento, dependendo da gravidade do mioma.
2 – Mioma intramural
De todos os tipos, o mioma intramural é o mais comum. Como o nome indica, ele se localiza dentro da parede do útero. Dependendo do tamanho, pode apresentar como sintoma o aumento do fluxo na menstruação.
3 – Mioma submucoso
O último dos três tipos fica localizado na cavidade endometrial. Ele é o que normalmente causa mais sintomas, incluindo dificuldade para engravidar e maior risco de aborto espontâneo. Por isso, é fundamental o acompanhamento médico.
Sintomas da miomatose
Como você já pôde perceber com os tipos de mioma uterino, os sintomas podem variar bastante. Primeiramente, é preciso destacar que nem sempre a presença de miomas será acompanhada de sintomas — 50% dos casos são assintomáticos.
Quando há ocorrência de sintomas, os mais comuns são:
- aumento do fluxo menstrual
- sangramento
- dor pélvica
- aumento da frequência urinária
- aumento do abdômen
Outros sintomas também podem ser vistos, mas de maneira mais incomum, como os casos relacionados à fertilidade.
Os miomas e a fertilidade
As pesquisas científicas que se debruçaram sobre a relação entre os miomas e a fertilidade são inconclusivas. Ainda assim, conforme estudos da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva (ASRM), cerca de 2% a 3% dos casos de infertilidade podem estar relacionados à presença assintomática de miomas — após a exclusão de outros fatores que possam causar a infertilidade.
Vale dizer, ainda, que o tratamento hormonal e cirúrgico, apesar de populares, são muito invasivos e podem ter potenciais efeitos colaterais e complicações, contribuindo inclusive para a infertilidade.
Por esse motivo, métodos naturais para prevenção, tratamento e manejo da doença estão sendo estratégias promissoras e muito praticadas. Nesse contexto, o ajuste da dieta e a utilização de nutrientes e fitoquímicos têm se mostrado muito eficazes.
Os miomas e a gravidez
Para as mulheres que já estão grávidas, o diagnóstico do mioma pode parecer uma ameaça. No entanto, os riscos são reduzidos. Os estudos indicam que entre 4% e 5% das grávidas têm miomas. Na maioria dos casos, cerca de 80%, não há aumento no tamanho dos tumores durante a gestação.
Ainda assim, dependendo da localização, ou seja, do tipo do mioma uterino, os riscos de complicação podem aumentar. Apenas o seu médico poderá dar a melhor orientação a esse respeito.
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