Síndrome dos ovários policísticos e a infertilidade

ovários policísticos

Provavelmente você já tenha ouvido falar da síndrome dos ovários policísticos (SOP). Trata-se de um desequilíbrio hormonal que ocorre na mulher, ocasionando alteração do ciclo menstrual e da ovulação. Essa alteração hormonal é a mais comum em mulheres na idade fértil, atingindo cerca de 7 a 20% delas.

A síndrome dos ovários policísticos é uma das alterações hormonais que podem causar diversas consequências no organismo, incluindo a infertilidade. Para você entender um pouco mais sobre esse assunto que afeta tantas mulheres, continue a leitura!

O que causa síndrome dos ovários policísticos?

A SOP é agora considerada uma desordem multigênica complexa em termos de etiologia, na qual variantes genéticas predisponentes e protetoras interagem com fortes influências ambientais para resultar nos diferentes fenótipos da SOP.

A doença é caracterizada por uma série de sinais e sintomas, como  irregularidade menstrual, ausência de menstruação e hiperandrogenismo (aumento dos níveis dos hormônios masculinos).

Esses transtornos causam mais oleosidade na pele e no cabelo,  queda de cabelo (alopecia), além do aparecimento de acne e aumento dos pelos, principalmente em áreas do corpo que não são características das mulheres, como em face, mamas e abdome. Os ovários apresentam aumento de volume, com a presença de vários folículos (leigamente chamados de cistos). 

O diagnóstico é baseado no histórico da paciente, do seu ciclo menstrual, dosagens hormonais no sangue e realização do ultrassom do útero e dos ovários. É importante pesquisar outras alterações hormonais que também podem levar a quadros de irregularidade menstrual, como alterações da tireoide, prolactina e da glândula suprarrenal.

SOP e infertilidade

Por ser uma das causas mais comuns da anovulação, a síndrome dos ovários policísticos está relacionada à infertilidade. No caso da SOP, o distúrbio ovulatório pode ser causado pelo excesso de testosterona e hiperandrogenismo; além da presença dos cistos que afetam o funcionamento dos ovários.

Além de anovulação, a doença também pode causar a oligovulação, um distúrbio ovulatório que se caracteriza por ciclos menstruais muito longos. A ovulação ocorre, mas os ciclos duram mais de 35 dias. Ainda, os ciclos irregulares são comuns em mulheres diagnosticadas com a síndrome.

A oligovulação e os ciclos irregulares não impossibilitam uma gestação, mas o processo pode se tornar mais difícil.

Tratamento dos ovários policísticos

O tratamento depende dos sintomas e relatos da paciente. Se a presença dos ovários policísticos estiver associada à obesidade, a primeira linha no tratamento será a mudança dos hábitos de vida. Uma dieta balanceada, atividade física, uma alimentação saudável e perda de peso poderão restaurar o ciclo menstrual com retorno à ovulação. 

Porém, independente do peso, o tratamento nutricional para pacientes com SOP é indispensável. Modular a dieta com controle de carboidrato e avaliar a inclusão de alimentos e suplementos, como cromo, ômega-3, inositol, vitamina D, NAC, Coenzima Q10, resveratrol estão associados à melhora da fertilidade e dos sintomas da doença. 

O uso de contraceptivos hormonais só irá ser útil para mulheres que necessitem de um método contraceptivo e com irregularidade menstrual, acne, aumento dos pelos ou queda de cabelo. Caso a queixa da mulher seja a infertilidade, pode ser necessário o uso de medicamentos para a indução da ovulação. 

Indutores da ovulação devem ser prescritos e acompanhados por um ginecologista para evitar riscos de gestações múltiplas (gêmeos, trigêmeos, etc.) e outras complicações como a hiperestimulação exagerada dos ovários. O uso de medicamentos que controlem a ação da insulina, como a metformina, também pode ser benéfico em alguns casos. 

Quem sofre de síndrome dos ovários policísticos deve compreender que o tratamento pode não ser exatamente o mesmo da infertilidade. A consulta médica especializada é fundamental para identificar o passo a passo da terapia. 

Mulheres com ovário policístico correm risco de desenvolver problemas cardiovasculares na menopausa. Por isso,  não abra mão do acompanhamento de uma equipe multidisciplinar especializada. 

Continue informado sobre esse e outros assuntos em nosso blog, siga o Instagram e Facebook do Nutrição e Fertilidade.