Alimentação na gravidez: dicas e o que evitar
Muitas mulheres sonham com a maternidade em alguma fase da vida. Porém, esse desejo não se resume somente à concepção. É comum que elas queiram uma gestação e um bebê saudável. Nesse caso, sabemos que a alimentação é um dos principais protagonistas para que esse desejo se torne realidade!
O período gestacional se destaca por diversas mudanças no corpo feminino, as quais vão desde transformações físicas e externas até mudanças metabólicas e hormonais. Além disso, é um momento crucial para o desenvolvimento saudável do feto, quando alguns cuidados no estilo de vida são tomados.
Além de manter o corpo ativo e cuidar da qualidade do sono, sabemos que a alimentação materna antes e durante a gestação tem grande impacto para o binômio mãe-bebê. Uma dieta equilibrada, combinada com uma suplementação específica para essa fase da vida, é importante para que os desfechos da gestação sejam os melhores possíveis.
Esse é um dos principais fatores que levam a OMS (Organização Mundial da Saúde) a considerar a saúde das mães e dos bebês prioridade, fato confirmado pelos programas de nutrição em saúde pública e intervenção nutricional.
E você, profissional da nutrição, também precisa estar preparado para entregar a melhor orientação aos cuidados especiais dessas pacientes. Pensando nisso, nós do Nutrição e Fertilidade, trouxemos este conteúdo com as principais orientações sobre a alimentação na gestação, confira abaixo!
Alimentação equilibrada na gravidez saudável
A prescrição da dieta durante o período gestacional vai depender da individualidade de cada caso clínico.
Para iniciar, é essencial que você, nutricionista, tenha em mãos todos os dados necessários para o entendimento das demandas da gestante, tais como: exames laboratoriais e de imagem, queixas clínicas e dificuldades alimentares, período gestacional, peso corporal, dentre outros.
Dessa forma, você conseguirá fazer um estudo aprofundado e desenvolver o planejamento alimentar mais adequado. Isso porque, apesar desse momento trazer grandes expectativas, ele também é delicado e pode envolver riscos para a saúde do feto e da mãe.
Sendo assim, o acompanhamento de um profissional especializado desde as tentativas, durante e pós-gestação é essencial. E, apesar de cada paciente ser especial, no geral, as recomendações referentes a um estilo de vida saudável, hidratação e alimentação equilibrada são as mesmas.
Então, confira abaixo algumas orientações e nutrientes que serão fundamentais para a alimentação da gestante!
Frutas, verduras e proteínas em geral
Assim como em outras fases da vida, a orientação é que durante a gestação a alimentação seja pautada por uma boa densidade nutricional, rica em nutrientes e proteínas e equilibrada energeticamente. Por isso, frutas, legumes e verduras variadas, assim como boas fontes proteicas, devem fazer parte do seu cardápio.
Desse modo, certifique-se de que os seguintes alimentos sejam incluídos na dieta da sua paciente gestante:
- Frutas: abacate, banana, mamão, pêra, melancia, maçã, abacaxi, laranja, limão, mexerica, uva, morango, framboesa, amora, melão e manga;
- Outros vegetais e leguminosas: espinafre, brócolis, aspargos, couve de bruxelas, beterraba, lentilha, grão de bico, ervilha, cenoura, repolho, feijões, agrião, mostarda, rúcula;
- Proteína: carne bovina, suína, peixes, frango, ovos.
Ômega 3
O ômega 3, especialmente o DHA, deve fazer parte da alimentação e suplementação da mulher durante toda a gestação. Ele é um ácido graxo importante, que participa da formação ocular, além de ter funções neurológicas, no desenvolvimento físico e cognitivo do bebê. Pensando na saúde materna, ele é importante para a boa formação da placenta e, em gestantes de alto risco, pode ajudar a prolongar a gestação e o peso ao nascer.
Por isso, além de orientar sobre a suplementação, temos clara a importância de inserir os seguintes alimentos durante toda a gestação:
- Peixes (tainha, salmão, anchova, arenque e cavalinha), sementes de chia e nozes.
Alimentos ricos em ácido fólico
Muito se fala sobre a importância do ácido fólico na formação e fechamento do tubo neural, que afeta o desenvolvimento do cérebro e da coluna, por exemplo. Porém, esse nutriente também tem outras funções essenciais. Por ser responsável pela síntese de DNA e proteínas, bem como replicação celular, nesse período embrionário, ele implica diretamente na forma e função de outros órgãos e tecidos em formação no bebê. Além disso, para a mãe, o folato diminui o risco de parto prematuro, pré-eclâmpsia e diabetes gestacional. Por isso, existe uma grande preocupação em torno desse nutriente e ele deve ser utilizado desde antes da concepção até o final da gestação.
A suplementação de ácido fólico é fundamental, mas ele também pode ser encontrado nos seguintes alimentos:
- Cereais integrais: pães, massas e arroz integrais;
- Leguminosas cozidas: lentilhas, ervilhas, feijão, grão de bico e favas.
Iodo
Com ações semelhantes ao ferro, esse nutriente tem sua demanda aumentada durante a gestação. Ele impacta na produção de neurônios e no desenvolvimento do cérebro do neném, evitando retardo no crescimento e alterações cognitivas, bem como nos desfechos da gestação, diminuindo as chances de pré-eclâmpsia e abortos espontâneos. Tendo em vista a sua importância na formação fetal inclua os seguintes alimentos na alimentação diária da sua paciente:
- Leite, peixes, lacticínios, leguminosas e hortaliças em geral.
Alimentos ricos em ferro
Especialmente no segundo e terceiro trimestres de gestação, devido a uma maior expansão do volume sanguíneo e demanda do bebê por esse nutriente, as mulheres têm maior tendência a apresentarem anemia. Com isso, aumenta-se o risco de insuficiência placentária, pré-eclâmpsia, parto prematuro e bebê com baixo peso ao nascer, além de interferir no desenvolvimento cognitivo do feto. Na maioria das vezes, a suplementação é necessária, mas não podemos deixar de incentivar a ingestão dos seguintes alimentos:
- Fígado, grão de bico e grão de soja cozidos, frango, pão integral, carne e folhas verdes escuras.
Hidratação constante
A hidratação durante a gestação precisa de ainda mais atenção e intensidade, uma vez que a gestante retém grandes quantidades de líquido e a água é essencial para o suporte ao desenvolvimento do bebê. Ela melhora a circulação sanguínea, a irrigação do útero e da placenta, a estabilização da pressão arterial e a eliminação das toxinas. Ainda previne infecções urinárias e ajuda a manter o líquido amniótico em quantidades adequadas para o feto.
Atenção aos alimentos que devem ser limitados e evitados
Assim como temos uma lista extensa dos alimentos mais indicados durante a gestação, é indispensável que você oriente a sua paciente a evitar alimentos, como:
- Alimentos ultraprocessados, gordurosos, açucarados, ricos em cafeína e álcool. Além disso, não esquecer de orientar sobre a procedência sanitária de vegetais crus e também sobre a ingestão de alimentos mal cozidos ou crus, já que esses devem ser evitados nesse período.
Essas são algumas das principais indicações para a alimentação na gestação da sua paciente. Lembrando que esse conteúdo não exclui, em nenhuma hipótese, a formação e especialização na área para que você esteja capacitada a oferecer o melhor atendimento no seu consultório.
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